Associacionismo
Nota Biográfica do Autor
Wilhem Wundt
(1832-1920)
Nasceu em Neckarau, uma pequena aldeia da Alemanha. Estudou Medicina na Universidade de Heidelberg e, depois, Fisiologia em Berlim.
Doutorado em Fisiologia, torna-se professor em Heidelberg, onde começa a leccionar algo inovador _ Psicologia Fisiológica. Daqui resultou aquela que foi considerada uma das obras mais importantes da história da Psicologia _ Princípios de Psicologia Fisiológica _ em 1874. Pouco tempo depois, é convidado a leccionar em Leipzig, onde permanece até ao fim da vida. É aqui que funda um laboratório que terá o nome de Instituto de Psicologia Experimental.
É neste contexto que a psicologia vai adquirir um estatuto científico e uma identidade própria, independentemente da filosofia e da fisiologia. O papel de Wundt neste processo não se limitou a dar aos estudos psicológicos um carácter experimental, através da investigação laboratorial.
Wundt concebeu o objecto da psicologia de uma forma muito moderna para o seu tempo. Ao nível mais elementar, ela estudaria os fenómenos sensoriais relacionados com estímulos físicos. Deixou ainda bem claro que a metodologia experimental, embora de uma enorme importância para o estatuto da psicologia, apresentava limitações.
Wundt pode ser considerado um dos primeiros investigadores a interessarem-se pela psicologia social, numa perspectiva cultural e histórica. Publica A Psicologia dos Povos, uma obra em dez volumes, que hoje é classificada como psicologia cultural. Esta psicologia não experimental, social e colectiva, devia ocupar-se das relações entre o indivíduo e a comunidade. Uma psicologia que estudasse apenas o indivíduo e esquecesse a sua natureza social seria incompleta.
Publicou estudos sobre a linguagem nos quais defende a ideia de que esta pode contribuir para a análise dos grupos sociais e sobre a relação entre linguagem e identidade.
Na perspectiva de Wundt, a psicologia é o estudo de todos os aspectos da mente humana, dos mais biológicos aos mais sociais. Esta visão foi profundamente inovadora. A psicologia reporta-se àquilo que se passa dentro de nós ao integrarmos os dados do exterior. Ou seja, à experiência interna. Qualquer experiência engloba dois factores, o seu conteúdo, e o conhecimento desse conteúdo. A psicologia estuda a relação destes conteúdos com a pessoa, ou seja, como é que ela os sente e pensa. Centrada no mental, prescinde do físico. a psicologia deveria então investigar os pontos de contacto entre a vida externa e a vida interna e o modo como se ligam entre si.
A psicologia era a ciência da experiência consciente. Desta forma, deveria estudar-se o mundo tal como ele é vivido psicologicamente, com técnicas que permitissem analisar a consciência, a experiencia imediata tal como ocorre.
A metodologia de estudo utilizada por Wundt foi a introspecção controlada. Tratava-se de uma auto-observação das experiencias mais simples da consciência em condições experimentais.
Se uma pessoa comum identifica um objecto como sendo um livro, na introspecção, o investigador tinha de identificar os elementos sensoriais desse objecto como a cor ou a textura. Observadores treinados por Wundt, em geral alunos seus, analisavam as suas percepções ate chegarem as sensações que a constituíam. Faziam o registo dos relatos, de modo a encontrarem aquilo que era comum a todos. Em alguns estudos solicitava-se aos indivíduos que relatassem o que pensavam e sentiam, os seus estados mentais subjectivos, tal como o carácter agradável ou desagradável dos diferentes estímulos. Mas a maioria baseava-se em medidas objectivas que envolviam sofisticados equipamentos laboratoriais e muitas delas referiam-se a tempos de reacção registados quantitativamente.
Aquilo que se fazia no laboratório de Wundt não era propriamente experimentação , mas observação controlada. A experimentação consiste numa observação na qual os fenómenos surgem e se desenvolvem pela acção voluntaria do observador. A observação, em sentido estrito, estuda os fenómenos sem semelhante intervenção, tal como se apresentam ao observador na continuidade da experiencia.
Wundt tinha muitas reservas fase a introspecção, por isso colocou limites a sua utilização, restringindo-a a situações experimentais simples e evocadas de imediato ou para gerar hipóteses que pudessem ser testadas de outra forma.
Psicologia Enquanto Ciência
É neste contexto que a psicologia vai adquirir um estatuto científico e uma identidade própria, independentemente da filosofia e da fisiologia. O papel de Wundt neste processo não se limitou a dar aos estudos psicológicos um carácter experimental, através da investigação laboratorial.
Wundt concebeu o objecto da psicologia de uma forma muito moderna para o seu tempo. Ao nível mais elementar, ela estudaria os fenómenos sensoriais relacionados com estímulos físicos. Deixou ainda bem claro que a metodologia experimental, embora de uma enorme importância para o estatuto da psicologia, apresentava limitações.
Wundt pode ser considerado um dos primeiros investigadores a interessarem-se pela psicologia social, numa perspectiva cultural e histórica. Publica A Psicologia dos Povos, uma obra em dez volumes, que hoje é classificada como psicologia cultural. Esta psicologia não experimental, social e colectiva, devia ocupar-se das relações entre o indivíduo e a comunidade. Uma psicologia que estudasse apenas o indivíduo e esquecesse a sua natureza social seria incompleta.
Publicou estudos sobre a linguagem nos quais defende a ideia de que esta pode contribuir para a análise dos grupos sociais e sobre a relação entre linguagem e identidade.
Na perspectiva de Wundt, a psicologia é o estudo de todos os aspectos da mente humana, dos mais biológicos aos mais sociais. Esta visão foi profundamente inovadora. A psicologia reporta-se àquilo que se passa dentro de nós ao integrarmos os dados do exterior. Ou seja, à experiência interna. Qualquer experiência engloba dois factores, o seu conteúdo, e o conhecimento desse conteúdo. A psicologia estuda a relação destes conteúdos com a pessoa, ou seja, como é que ela os sente e pensa. Centrada no mental, prescinde do físico. a psicologia deveria então investigar os pontos de contacto entre a vida externa e a vida interna e o modo como se ligam entre si.
A psicologia era a ciência da experiência consciente. Desta forma, deveria estudar-se o mundo tal como ele é vivido psicologicamente, com técnicas que permitissem analisar a consciência, a experiencia imediata tal como ocorre.
A metodologia de estudo utilizada por Wundt foi a introspecção controlada. Tratava-se de uma auto-observação das experiencias mais simples da consciência em condições experimentais.
Se uma pessoa comum identifica um objecto como sendo um livro, na introspecção, o investigador tinha de identificar os elementos sensoriais desse objecto como a cor ou a textura. Observadores treinados por Wundt, em geral alunos seus, analisavam as suas percepções ate chegarem as sensações que a constituíam. Faziam o registo dos relatos, de modo a encontrarem aquilo que era comum a todos. Em alguns estudos solicitava-se aos indivíduos que relatassem o que pensavam e sentiam, os seus estados mentais subjectivos, tal como o carácter agradável ou desagradável dos diferentes estímulos. Mas a maioria baseava-se em medidas objectivas que envolviam sofisticados equipamentos laboratoriais e muitas delas referiam-se a tempos de reacção registados quantitativamente.
Aquilo que se fazia no laboratório de Wundt não era propriamente experimentação , mas observação controlada. A experimentação consiste numa observação na qual os fenómenos surgem e se desenvolvem pela acção voluntaria do observador. A observação, em sentido estrito, estuda os fenómenos sem semelhante intervenção, tal como se apresentam ao observador na continuidade da experiencia.
Wundt tinha muitas reservas fase a introspecção, por isso colocou limites a sua utilização, restringindo-a a situações experimentais simples e evocadas de imediato ou para gerar hipóteses que pudessem ser testadas de outra forma.